Aqui é onde todas as Gabrielas, que em mim habitam, se reúnem 'parunxá'...

Aqui é onde todas as Gabrielas, que em mim habitam, se reúnem para CULTIVAR chá.

segunda-feira, 21 de outubro de 2013

Procura-se alguém

Que bebe uma taça de vinho
com a simplicidade de quem aprecia um copo d'água

Que sabe olhar em direção ao horizonte
com uma presença respiratória silenciosa suficiente

Que troca um lugar para repousar a cabeça
por uma cabeça para repousar nos seios

Que sorri para os olhos
e descobre universos

Que resolve a vida 
mas ainda pretende chegar em casa

Que procura ninguém que fui ou que vou ser
e me acha você.

terça-feira, 24 de setembro de 2013

Amor Atravessado

Amo através de mim
Pedindo para os céus das nossas bocas fechadas
se juntarem

Quando eu puder ver
Por baixo das nossas peles levantadas
os nossos ossos e entranhas se misturarem

Amarei através de você
E farei todas as feiúras conjuntadas
se embelezarem


quinta-feira, 22 de agosto de 2013

Páginas lambidas

O dia em que descobri
que meu dom era raciocínio pré-moldado,
no formato daquela letra na língua,
retirado dos livros de páginas lambidas
Me calei.

O silêncio,
na individualidade de cá, 
Lar é.

quarta-feira, 22 de maio de 2013

Fruto do Amor Tecido

A frequência era linear
Mas com linha rompida
A ida não soube voltar

A volta de cá
Também quis parar
Por que daqui ja foi para outro lugar
E daí já foi pra lá

A linha de um buraco saiu
No espaço gritou sobreviver
O buraco de lá não ouviu
A vida parou de correr

A linha aos poucos sumiu
A parede surgiu
E o resto ninguém viu

sexta-feira, 5 de abril de 2013

Poesia em dois (Roubei - Não é minha)


A proposta é de poesia em dois
E você do outro lado da tela
Não se preocupa com métrica, textura, melodia
"Palavra polida não é a dela"

Eu no meio do trabalho
Barulho, confusão, reunião
Meu esforço é redobrado
Pra encontrar a palavra
Que acerte seu coração

Na verdade com a poesia
Não tem receita de bolo
Pego um chá, respiro fundo
Volto a escrever mais um pouco

Quando eu me concentro nas palavras
Vai em fuga a emoção
Gosto de pensar no banho
Pensamento em turbilhão

Vou parando por aqui
Poesia em dois, virou só minha
Tentarei unir dois mundos
Nos meus próximos '52 segundos'

Plantas e Pés

Plante meus pés
Fuja do barulho
Rápido sem moral

Regue-me
Para me ver fruto ou flor
Quero ter sabor
Permanecer

Quero nascer
E depois renascer a cada estação
Quero te nutrir
Quero crescer rápido
Sem explodir

Quando você transbordar
Vá para voltar
Pois és a razão de eu aqui estar

Olhar de Cafajeste


Romanticamente divertido
Não sabe o que quer
Se preocupa com o formato
E se perde na emoção

Busca o conforto livre
De uma espontaneidade controlada
Aceita e rejeita o que vem

Critica exageramente com prazer

É viciado em transformar em música
As situações mais embaraçosas

Quando desanima e se frustra
Volta a olhar
A procura de outra presa
Para encantar

terça-feira, 19 de março de 2013

Amor Romântico e o Resto do Amor

Voltando às formas antigas
Quero ver como é que vai acontecer

Venho falar de amor, esse tema que me interessa, mas dá preguiça
Um assunto que já foi abordado por muitos, já foi explicado, pintado e demonstrado
Mas que ainda deixa em mim, muita dúvida
Quero falar de romance, de sentimento e de paixão
Mas se eu fosse descrever toda a minha reflexão sobre isso, seria extenso e cansativo
São muitas histórias, muitos casos, muitas alegrias e muitas tristezas.

O que eu posso falar do amor, sem ser romântica, é:
Que quando ele aparece dá medo,
Quando ele fica dá vontade,
E quando ele se vai dói.

Eu sei que ele acontece e não depende muito da pessoa que vem junto com ele, não depende de aparência, de dinheiro e nem de inteligência.

O que importa para o amor é a presença,
Se tiver alguém presente aqui e alguém ali, pronto, ele aparece.

Isso era eu escrevendo como eu escrevia,
mas como eu vou escrever como eu era se eu sou diferente?

Hoje eu amo com mais calma.
Eu tenho mais cautela, eu penso antes e durante.
Ainda não sei me controlar no depois.

Eu já falei da parte racional do amor, da parte teórica...
Mas na prática, tem um olhar.
Tem um gosto de beijo.
Tem um cheiro bom de respiração.
Tem várias emoções e sensações, que quando você pensa, parece que tá colocando sal e vai ficar ruim.

O amor é um gosto doce.
O amor te deixa perdidamente encontrado.
Dá vontade de ficar pra sempre
É ele quem te impõe a condição de não pensar

E aí, eu não gosto do amor
Pois ele pega meus pés por baixo, me levanta no alto de pé, me faz cócegas, me desequilibra, me segura, me tonteia, me desce quando eu tenho medo, me abraça, me protege e não me deixa.
E aí eu gosto dele.
Eu deito e choro, fico pequena e fraca
E depois eu paro de saber, e ele sorri
Ele balança um relógio e eu seguro ele ali com força
Quero quebrar o relógio, quero esquecer o tempo
Para não ter amanhã, não ter depois
Para não ter risco

Às vezes ele vai embora
daí volta rápido
às vezes demora
E eu odeio esperar por ele
Eu sempre quero que dessa vez ele fique
Teve uma época que eu tratei ele mal
Mas não adiantou, ele voltou

Não adianta fugir, não adianta esperar, não adianta escolher
Sempre que ele vier eu vou querer ficar e vai ser bom
E sempre que ele for eu vou sofrer e vai ser ruim
E vai ser sempre do jeito que ele quer e eu acho que nunca vou entender

Eu sempre terei um sorriso e uma expiração mole de ombros relaxados quando ele chegar
E ele sempre vai me confundir, me distrair e me fazer esquecer tudo que não for nós dois

Mas ele vai se cansar de brincar e eu vou cansar de sofrer
Ele vai rir e eu vou entender
Eu vou ficar
Ele vai deitar
Eu vou atrás, ele vai me olhar
E a gente vai saber que vai ser assim
Incoerente

segunda-feira, 18 de março de 2013

Borboleta Tonta

Eu sou tonta feito uma borboleta.
Que pára para cheirar cada flor que vê no caminho.
E ainda espera que alguma delas me acompanhe nos ares...

Acorda borboleta.
Flores não voam.

Continue voando e quem sabe você não esbarra em alguma asa?

É divertido me olhar enquanto eu me debato dentro do pote de vidro... mas ninguém ousa abrir a tampa...

Porque você é fragil.

Niguém quer q você vá embora... e nem que seja livre.
Porque ninguém conseguiria te acompanhar.

Estou cheia de futuros no passado.