Ah...
Lembro-me a mim
de ajoelhar
Lembro-me a mim
de manter um foco
Lembro-me a mim
de não esquecer de me lembrar
Lembro-me a mim
de saber a diferença
Lembro-me a mim
de saber falar
Lembro-me a mim
do que já senti
Lembro-me a mim
de voltar a olhar
Lembro-me a mim
do que já passei
Lembro-me a mim
do que vou passar
Lembro-me a mim
de sorrir
Lembro-me a mim
de chorar
Lembro-me a mim
de colocar a cabeça e as mãos no chão
Lembro-me a mim
de pedir
Lembro-me a mim
de desejar
Lembro-me a mim
de sonhar por ti
Lembro-me a mim
de sonhar por nós
Lembro-me a mim
de me levantar
Lembro-me a mim
de caminhar
Lembro-me a mim
de amar
Lembro-me a mim
por acreditar!
Aqui é onde todas as Gabrielas, que em mim habitam, se reúnem 'parunxá'...
Aqui é onde todas as Gabrielas, que em mim habitam, se reúnem para CULTIVAR chá.
segunda-feira, 28 de fevereiro de 2011
E depois...
A criança ouve seu pai gritar e brigar com ela por ter feito algo de errado,
como uma malcriação ou uma teimosia.
E seu pai, na desculpa de amar, se vê no direito de errar para corrigir o errado.
Ele perde a paciência e grita com a criança que inocente exigia algo que lhe faltava.
O que faltava para a criança era ver brilhar os olhos de seu pai.
A criança não sabe ser adulta.
E nesta hora, o pai na posição de educador, ensina-a como se comportar, da mesma forma que fora ensinado por seu pai quando criança.
E a criança olha para cima, com seus olhos brilhantes e imediatamente aceita o peso de ser adulto.
Ela não aceita por achar certo, e nem por fazê-la sentir bem... Ela aceita em troca de algum tipo estranho de amor.
Por esse 'amor' ela abandona 'os brilhos dos olhos', e até se esquece o que isso significa.
Só se lembra novamente, quando um dia, esta criança-adulto, na confusão de papéis, exige 'o brilho dos olhos' de seu filho na forma educada de um estranho 'amor'.
como uma malcriação ou uma teimosia.
E seu pai, na desculpa de amar, se vê no direito de errar para corrigir o errado.
Ele perde a paciência e grita com a criança que inocente exigia algo que lhe faltava.
O que faltava para a criança era ver brilhar os olhos de seu pai.
A criança não sabe ser adulta.
E nesta hora, o pai na posição de educador, ensina-a como se comportar, da mesma forma que fora ensinado por seu pai quando criança.
E a criança olha para cima, com seus olhos brilhantes e imediatamente aceita o peso de ser adulto.
Ela não aceita por achar certo, e nem por fazê-la sentir bem... Ela aceita em troca de algum tipo estranho de amor.
Por esse 'amor' ela abandona 'os brilhos dos olhos', e até se esquece o que isso significa.
Só se lembra novamente, quando um dia, esta criança-adulto, na confusão de papéis, exige 'o brilho dos olhos' de seu filho na forma educada de um estranho 'amor'.
sexta-feira, 25 de fevereiro de 2011
quinta-feira, 24 de fevereiro de 2011
O que eu sinto ao Desenrolar histórias...
Quando vi esta imagem hoje pela manhã, achei que ela representava esta sensação de desenrolo que descrevo abaixo:
Imagine que as mãos cavem o chão em forma de passo.
Elas não buscam se aprofundar no terreno, querem apenas atritar o solo para levar o corpo adiante.
Seu toque leva-as a um solo frágil, que com um leve pressionar faz abrir um buraco, não muito largo, mas bem profundo.
E nessa ida adiante, todo interior do buraco sai lá de dentro como uma fonte que vivia acomodada.
Esta fonte aguardava uma simples abertura, para se impulsionar dali para fora, com uma força correspondente à pressão que outrora forneceu em sentindo oposto à saída.
Esta fonte aguardava uma simples abertura, para se impulsionar dali para fora, com uma força correspondente à pressão que outrora forneceu em sentindo oposto à saída.
E isso durou horas.
As mãos, que caminhavam pelo chão, nem ousaram jogar terra para fechar o buraco.
As mãos, que caminhavam pelo chão, nem ousaram jogar terra para fechar o buraco.
Elas sabiam que não haveria terra o suficiente para cobrir aquele 'estrago'.
Sentadas, apenas assistiram o espetáculo.
Algumas horas a fonte jorrava alto, outras horas jorrava com força, em outras murchava e jorrava uma água sútil e delicada.
Quando jorrou tudo que tinha para jorrar, as mãos se encorajaram para olhar lá no fundo.
Quando jorrou tudo que tinha para jorrar, as mãos se encorajaram para olhar lá no fundo.
E o buraco disse o que sentia:
-Sinto um alívio aflito por não ter mais este peso. Tenho saudades de um preenchimento apenas, para me aquecer com seu contato. Estranho muito esta sensação oca, este arrepio causado pelo ar frio que entra e assopra as minhas paredes sensíveis e mal acostumadas... Porém, sou mais leve e livre.
E então, o corpo daquelas mãos, entra no buraco, sustentado apenas pelos fios de suas costas, que estão presos em algum lugar que é impossível ver, devido ao corte da câmera que filma a cena.
Sabe-se apenas que os fios estão enrolados e enroscados.
E quando o corpo das mãos toca uma das paredes do buraco, enquanto faz força para baixo, alguém desamarra os nós vagarosamente, um de cada vez. E isso, desestabiliza o corpo, que sente estalar algumas partes das costas.
Os pés que agora balançam, em desespero buscam algo para se apoiar.
E o corpo, se vê pendurado por apenas alguns fios, e já prevê a queda.
E em poucos segundos decide, se vai se sentir puxado para baixo, ou se ficará paralizado.
Ele paraliza!
E então, sua paralizia sente todo o ar subindo por seu corpo enquanto movimenta o mundo e suspende o solo até seus pés pisarem.
No fim, quem acaba paralizado é o mundo.
E o corpo, caminha de pé!
E é isso que eu sinto ao Desenrolar histórias.
E então, o corpo daquelas mãos, entra no buraco, sustentado apenas pelos fios de suas costas, que estão presos em algum lugar que é impossível ver, devido ao corte da câmera que filma a cena.
Sabe-se apenas que os fios estão enrolados e enroscados.
E quando o corpo das mãos toca uma das paredes do buraco, enquanto faz força para baixo, alguém desamarra os nós vagarosamente, um de cada vez. E isso, desestabiliza o corpo, que sente estalar algumas partes das costas.
Os pés que agora balançam, em desespero buscam algo para se apoiar.
E o corpo, se vê pendurado por apenas alguns fios, e já prevê a queda.
E em poucos segundos decide, se vai se sentir puxado para baixo, ou se ficará paralizado.
Ele paraliza!
E então, sua paralizia sente todo o ar subindo por seu corpo enquanto movimenta o mundo e suspende o solo até seus pés pisarem.
No fim, quem acaba paralizado é o mundo.
E o corpo, caminha de pé!
E é isso que eu sinto ao Desenrolar histórias.
segunda-feira, 14 de fevereiro de 2011
O meu respiro de sorrisos secreto.
Com agulha e linha costuro bolhas de sabão sem que estourem! Ouço apenas o ruído de grilos distantes ao perfurá-las!
A linha tensionada alinha as bolhas, e com passos delicados piso-as quase voando!
Quando uma delas resolve estourar, despenco e me sustendo na velha linha bamba de outrora!
Desta vez, não caminho por sobre a linha, apenas deito e me deixo balançar!
Com as pontas de nariz tocando, escondo a visão de lágrimas que caem por dentro dos olhos já fechados!
Na pequineza do leve de deve-se ser, murmuro um lamento de voz doce: por quanto tempo espero mais?
E sem deixar ninguém perceber, corro até o alto e me jogo de cabeça em águas frias, com alegria recolho todo o prazer e os sorrisos...
Me visto com enrolos de plantas ou coisas qualquer e volto para a posição de alguém que deve-se ser.
E em pequenas brechas temporais, respiro os sorrisos e prazeres recolhidos em segredo!
A linha tensionada alinha as bolhas, e com passos delicados piso-as quase voando!
Quando uma delas resolve estourar, despenco e me sustendo na velha linha bamba de outrora!
Desta vez, não caminho por sobre a linha, apenas deito e me deixo balançar!
Com as pontas de nariz tocando, escondo a visão de lágrimas que caem por dentro dos olhos já fechados!
Na pequineza do leve de deve-se ser, murmuro um lamento de voz doce: por quanto tempo espero mais?
E sem deixar ninguém perceber, corro até o alto e me jogo de cabeça em águas frias, com alegria recolho todo o prazer e os sorrisos...
Me visto com enrolos de plantas ou coisas qualquer e volto para a posição de alguém que deve-se ser.
E em pequenas brechas temporais, respiro os sorrisos e prazeres recolhidos em segredo!
Aos trinta e quatro - A noiva que casou de luto.
Todos acordaram ansiosos para os últimos preparos do casamento da filha única daquele pai rígido.
A bela noiva que sempre manteve seu ar angelical, acordou com frio na barriga...
Nas brechas da janela, observava os movimentos de seu futuro esposo. Ela gostava de vê-lo à distância, pois não aguentava o cheiro velho de sua pele e o pó de suas roupas...
De longe ela realizava os sonhos de mocinha: Beijava o noivo apaixonadamente. Vestia-se como a sua mãe, e penteava o cabelo deixando-os sempre lisos e acertados. Sorria e piscava com ternura. Distribuía gestos de agradecimento teatral a todo instante. Sentia-se observada por todos e gostava de ser admirada. Seu noivo, mesmo nos sonhos dava-lhe as costas e conversava de negócios. Mas quando lhe convinha, puxava a noiva e a exaltava em frente aos amigos. Discursava seus bons dotes domésticos e maternais. A bela noiva, nunca teve rugas, nem no rosto e nem nas roupas... tudo era limpo e alinhado.
Quando se olhava no espelho, já via os olhos cansados de uma moça que aguardou até os 34 a solução que deveria ter vindo até os 33.
Minutos antes da cerimônia, a noiva troca às pressas seu vestido de noiva branco, que fora durante os anos preparado, por um vestido longo de braços cobertos e renda preta.
Cobre o rosto com o véu de viúva do próprio casamento, e com lágrimas adentra a igreja, celebrando a morte de seu sonho alienado.
Seu noivo, não entende toda aquele tristeza, e o cheiro de pó de suas roupas envelhecidas, alimentam ainda mais o gosto de velório da Noiva. Que segue sua jornada e beija as flores, único elemento branco da composição. Beija as flores que acomoda no caixão de sua cama de núpcias. E desfalece fazendo algo parecido com amor.
Acorda ainda aos 34, condenada a carregar seus 63kg corporais até o banheiro. Condenada a olhar a sua face corporal no espelho.
Liberta-se quando vê em seus próprios olhos as lágrimas que regam diariamente a sua morte.
Lágrimas que pedem para dançar em velórios e que fogem dos casórios!
A bela noiva que sempre manteve seu ar angelical, acordou com frio na barriga...
Nas brechas da janela, observava os movimentos de seu futuro esposo. Ela gostava de vê-lo à distância, pois não aguentava o cheiro velho de sua pele e o pó de suas roupas...
De longe ela realizava os sonhos de mocinha: Beijava o noivo apaixonadamente. Vestia-se como a sua mãe, e penteava o cabelo deixando-os sempre lisos e acertados. Sorria e piscava com ternura. Distribuía gestos de agradecimento teatral a todo instante. Sentia-se observada por todos e gostava de ser admirada. Seu noivo, mesmo nos sonhos dava-lhe as costas e conversava de negócios. Mas quando lhe convinha, puxava a noiva e a exaltava em frente aos amigos. Discursava seus bons dotes domésticos e maternais. A bela noiva, nunca teve rugas, nem no rosto e nem nas roupas... tudo era limpo e alinhado.
Quando se olhava no espelho, já via os olhos cansados de uma moça que aguardou até os 34 a solução que deveria ter vindo até os 33.
Minutos antes da cerimônia, a noiva troca às pressas seu vestido de noiva branco, que fora durante os anos preparado, por um vestido longo de braços cobertos e renda preta.
Cobre o rosto com o véu de viúva do próprio casamento, e com lágrimas adentra a igreja, celebrando a morte de seu sonho alienado.
Seu noivo, não entende toda aquele tristeza, e o cheiro de pó de suas roupas envelhecidas, alimentam ainda mais o gosto de velório da Noiva. Que segue sua jornada e beija as flores, único elemento branco da composição. Beija as flores que acomoda no caixão de sua cama de núpcias. E desfalece fazendo algo parecido com amor.
Acorda ainda aos 34, condenada a carregar seus 63kg corporais até o banheiro. Condenada a olhar a sua face corporal no espelho.
Liberta-se quando vê em seus próprios olhos as lágrimas que regam diariamente a sua morte.
Lágrimas que pedem para dançar em velórios e que fogem dos casórios!
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