Quando vi esta imagem hoje pela manhã, achei que ela representava esta sensação de desenrolo que descrevo abaixo:
Imagine que as mãos cavem o chão em forma de passo.
Elas não buscam se aprofundar no terreno, querem apenas atritar o solo para levar o corpo adiante.
Seu toque leva-as a um solo frágil, que com um leve pressionar faz abrir um buraco, não muito largo, mas bem profundo.
E nessa ida adiante, todo interior do buraco sai lá de dentro como uma fonte que vivia acomodada.
Esta fonte aguardava uma simples abertura, para se impulsionar dali para fora, com uma força correspondente à pressão que outrora forneceu em sentindo oposto à saída.
Esta fonte aguardava uma simples abertura, para se impulsionar dali para fora, com uma força correspondente à pressão que outrora forneceu em sentindo oposto à saída.
E isso durou horas.
As mãos, que caminhavam pelo chão, nem ousaram jogar terra para fechar o buraco.
As mãos, que caminhavam pelo chão, nem ousaram jogar terra para fechar o buraco.
Elas sabiam que não haveria terra o suficiente para cobrir aquele 'estrago'.
Sentadas, apenas assistiram o espetáculo.
Algumas horas a fonte jorrava alto, outras horas jorrava com força, em outras murchava e jorrava uma água sútil e delicada.
Quando jorrou tudo que tinha para jorrar, as mãos se encorajaram para olhar lá no fundo.
Quando jorrou tudo que tinha para jorrar, as mãos se encorajaram para olhar lá no fundo.
E o buraco disse o que sentia:
-Sinto um alívio aflito por não ter mais este peso. Tenho saudades de um preenchimento apenas, para me aquecer com seu contato. Estranho muito esta sensação oca, este arrepio causado pelo ar frio que entra e assopra as minhas paredes sensíveis e mal acostumadas... Porém, sou mais leve e livre.
E então, o corpo daquelas mãos, entra no buraco, sustentado apenas pelos fios de suas costas, que estão presos em algum lugar que é impossível ver, devido ao corte da câmera que filma a cena.
Sabe-se apenas que os fios estão enrolados e enroscados.
E quando o corpo das mãos toca uma das paredes do buraco, enquanto faz força para baixo, alguém desamarra os nós vagarosamente, um de cada vez. E isso, desestabiliza o corpo, que sente estalar algumas partes das costas.
Os pés que agora balançam, em desespero buscam algo para se apoiar.
E o corpo, se vê pendurado por apenas alguns fios, e já prevê a queda.
E em poucos segundos decide, se vai se sentir puxado para baixo, ou se ficará paralizado.
Ele paraliza!
E então, sua paralizia sente todo o ar subindo por seu corpo enquanto movimenta o mundo e suspende o solo até seus pés pisarem.
No fim, quem acaba paralizado é o mundo.
E o corpo, caminha de pé!
E é isso que eu sinto ao Desenrolar histórias.
E então, o corpo daquelas mãos, entra no buraco, sustentado apenas pelos fios de suas costas, que estão presos em algum lugar que é impossível ver, devido ao corte da câmera que filma a cena.
Sabe-se apenas que os fios estão enrolados e enroscados.
E quando o corpo das mãos toca uma das paredes do buraco, enquanto faz força para baixo, alguém desamarra os nós vagarosamente, um de cada vez. E isso, desestabiliza o corpo, que sente estalar algumas partes das costas.
Os pés que agora balançam, em desespero buscam algo para se apoiar.
E o corpo, se vê pendurado por apenas alguns fios, e já prevê a queda.
E em poucos segundos decide, se vai se sentir puxado para baixo, ou se ficará paralizado.
Ele paraliza!
E então, sua paralizia sente todo o ar subindo por seu corpo enquanto movimenta o mundo e suspende o solo até seus pés pisarem.
No fim, quem acaba paralizado é o mundo.
E o corpo, caminha de pé!
E é isso que eu sinto ao Desenrolar histórias.

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